O dinheiro possui o significado universal que é ser um meio de trocas, uma via de inúmeras possibilidades. Socialmente, estabelece alguns contornos e confere um estilo de vida determinado pela capacidade e oportunidade de alavancagem financeira.
Mas, a relação com o dinheiro é absolutamente singular: a forma de gastar, investir e “sentir” o dinheiro está relacionada com os significados inconscientes de cada um.
O que representa ter? Quanto é necessário? Por que ter? Questões como essas, podem ser respondidas considerando dois aspectos. Primeiro, pelas razões concretas de segurança, conforto, empreendedorismo, etc. Segundo, pelos afetos, fantasias e desejos particulares que constituem cada indivíduo. Portanto, é essencial conhecer o próprio perfil na integralidade, ou seja, na racionalidade e na subjetividade. Mas por quê?
Porque as decisões financeiras são tomadas a partir destas duas instâncias. Considerar a subjetividade é tão importante quanto conhecer as pretensões objetivas.
Por exemplo, quantas pessoas racionalmente decidem que vão economizar mais, ou vão parar de fumar ou fazer exercícios regularmente e simplesmente não conseguem? Existe uma determinação genuína, mas é insuficiente. Pelo fato das decisões racionais, serem sempre acompanhadas pelas motivações inconscientes é comum que, em muitos casos, não haja uma ressonância positiva. É neste cenário que o consumismo está inserido.
É fundamental, necessário e prazeroso consumir. Por outro lado, o consumismo é prejudicial, dispensável e doloroso. O consumo é limitado, o consumismo é desregrado. Enquanto o primeiro gera uma satisfação mais prolongada, o segundo estabelece rapidamente arrependimentos, angústias e, por vezes, endividamentos.
Na realidade, o consumismo desenfreado parte de um endividamento afetivo. Por motivações afetivas, homens, mulheres e crianças buscam freneticamente a satisfação em algum objeto palpável. Isso tem levado milhões de pessoas em todo o mundo às lojas, com a expectativa de que o de bem estar seja ali, encontrado.
Estariam todos enganados? Sim e não. Sim porque todos sabem, mais cedo ou mais tarde, que a felicidade, o bem estar verdadeiro e a autoestima não são exteriores, portanto, não podem ser comprados. Ao mesmo tempo, não estão propriamente enganadas. Acima de tudo, estão absorvidas pela cultura do ter, ou do parecer ter. Refletir sobre as escolhas financeiras fortalece o seu estilo e a sua individualidade.