O que é um ludopata?
Uma pessoa que tem um distúrbio relacionado a jogo.
Como a psicanálise vê o vício?
Falar em vício é falar sobre uma repetição compulsiva nociva que pode se manifestar na fala, no comportamento, no pensamento ou nos sentimentos e na maior parte das vezes não percebemos, agimos no automático. Essa repetição compulsiva pode estar ligada ao fracasso e a culpa de vivências da infância, ou seja, está ligada a algum bloqueio ou trauma. É da natureza do trauma e do bloqueio “ficar, supostamente, esquecido no inconsciente”. Mas não esquecemos e muito menos curamos nossas dores da infância, elas se repetem nos nossos relacionamentos e nas nossas ações. Veja bem, aquilo que não lembramos retorna de outra forma, retorna através dos atos repetitivos, nocivos, destrutivos e sequer percebemos, apesar de todas as evidências. Qualquer vício está vinculado a um passado doloroso, escondido e que se repete incessantemente.
Comprar demais, comer demais, brigar demais, estar nas redes sociais demais e jogar demais são repetições compulsivas nocivas. Mas como explicar o fenômeno dos BETS? Por que milhares de pessoas estão se endividando profundamente? Qual é o elemento sedutor dos bets? Além de “prometer” preencher um vazio existencial, aquele “buraco na alma” que não queremos enxergar, além disso o “Tigrinho e todos os seus amiguinhos” prometem COMPETIÇÃO, INTELIGÊNCIA, POSSIBILIDADE DE GANHO FINANCEIRO, ESPERTEZA e DISTRAÇÃO, distração da vida sofrida da quase totalidade dos apostadores.
Como não se deixar seduzir pela fantasia de enriquecer e ficar preso a pobreza da vida real? Queremos ser iludidos, queremos que nossos sonhos virem realidade e os BETS nos prometem “tudo de bom”, “só que não”, não é verdade e a realidade são os bilhões perdidos pelos brasileiros nos jogos de apostas.
Não estou julgando ninguém, porque o Brasil não é um país amigável para enfrentarmos a realidade e com pouquíssimas exceções, apenas os perversos não querem mudar ou fugir, porque eles sim, estão enchendo os bolsos com o dinheiro de milhares de pessoas iludidas, agindo no automático, repetindo uma autossabotagem incessantemente.
Ao mesmo tempo, apesar de toda repetição daquele comportamento que aparentemente faz bem, por exemplo jogar, apesar de toda excitação, existe a sensação de frustração, de fracasso e para aplacar o fracasso, surge a sensação de estar devendo alguma coisa, algo para alguém, mas infelizmente é uma conta impagável e aí surge um ciclo vicioso: frustração, fracasso, culpa e repetição…e frustração, fracasso, culpa e repetição….e…
Quais são os sintomas da pessoa compulsiva?
O 1º sintoma que percebemos enquanto população é através dos números: cerca de 23 bilhões foram perdidos em apostas, durante 1 ano pelos brasileiros. Certamente, estamos diante de uma sociedade viciada.
Mas individualmente como cada um pode perceber que está indo para um caminho, de difícil volta? Alguns sintomas mais característicos são:
- Necessidade de jogar, deixando tarefas importantes de lado
- Aumento dos valores das apostas
- Não conseguir parar, mesmo quando prometer a si mesmo (ou aos outros) que vai parar
- Usar tempo e dinheiro nas apostas, deixando até compromissos financeiros de lado na ilusão de “recuperar” dinheiro
- Mentir sobre o jogo, esconder que está jogando
- Usar o jogo para fugir de problemas ou frustrações
- Ouvir de familiares e amigos próximos que está exagerando no tempo dedicado aos jogos
- Se isolar para jogar, se afastar da convivência com outras pessoas frequentemente
O mais importante é prestar atenção a negação, ou seja, a pessoa nega que está viciada apesar dos sintomas e quando alguém não assume que está em apuros, qual a chance de resolver o problema?
Como se livrar do vício?
Comprar demais, comer demais, brigar demais, estar nas redes sociais demais e jogar demais são repetições compulsivas nocivas. Mas como explicar o fenômeno dos BETS? Por que milhares de pessoas estão se endividando profundamente? Qual é o elemento sedutor dos bets? Além de “prometer” preencher um vazio existencial, aquele “buraco na alma” que não queremos enxergar, além disso o “Tigrinho e todos os seus amiguinhos” prometem COMPETIÇÃO, INTELIGÊNCIA, POSSIBILIDADE DE GANHO FINANCEIRO, ESPERTEZA e DISTRAÇÃO, distração da vida sofrida da quase totalidade dos apostadores.
Como não se deixar seduzir pela fantasia de enriquecer e ficar preso a pobreza da vida real? Queremos ser iludidos, queremos que nossos sonhos virem realidade e os BETS nos prometem “tudo de bom”, “só que não”, não é verdade e a realidade são os bilhões perdidos pelos brasileiros nos jogos de apostas.
Não estou julgando ninguém, porque o Brasil não é um país amigável para enfrentarmos a realidade e com pouquíssimas exceções, apenas os perversos não querem mudar ou fugir, porque eles sim, estão enchendo os bolsos com o dinheiro de milhares de pessoas iludidas, agindo no automático, repetindo uma autossabotagem incessantemente.
Então, o 1º passo é mudar a mentalidade, é encarar o jogo como uma perda, sem isso ninguém vai deixar de jogar.
A educação financeira ajuda um viciado em jogo?
Por si só a educação financeira não vai garantir um afastamento dos jogos, antes disso teríamos que investir na educação socioemocional e na saúde mental. Unindo educação financeira com educação emocional, aí sim teremos chances de criar uma mentalidade crítica ajudando as pessoas a não se sabotarem e torrarem suas economias com ilusões de ganho fácil.
Como se desenrolar das dívidas?
O primeiro passo é emocional, quer dizer, a pessoa precisa aumentar a alta autoestima, elevar o respeito próprio e decidir se proteger.
Todos os outros passos só irão funcionar se as emoções estiverem “saudáveis”, por que? Porque quem está perdendo e está sem controle emocional não assumindo seu problema, raramente vai seguir os outros passos, que são:
- Buscar análise, terapia e ajuda profissional. Para quem não tem dinheiro vale saber que existem atendimentos gratuitos junto a universidade ou aplicativos disponibilizando profissionais por valores simbólicos. Ninguém deixa de se tratar por falta de dinheiro, mas por falta de interesse.
- Buscar grupos de apoio (Jogadores anônimos)
- Buscar ajuda de consultor financeira para ajudar a reorganizar a vida financeira
- Criar um plano de pagamento das dívidas
- “abrir o jogo” com familiares buscando apoio
- Se necessário, buscar apoio psiquiátrico para tomar medicação
- Refletir diariamente sobre sua vida emocional, perceber quais são os gatilhos que levam ao jogo compulsivo e a cada manhã decidir ficar livre da autossabotagem