para longos e constantes voos da mulher empreendedora
Nós podemos ter ideias sensacionais, motivação e ações suficientes para tirar nossos projetos do papel. Mas garantir que os empreendimentos se mantenham em pleno voo depois de decolarem, nem sempre é tão fácil. Se mais de 50% das empresas de qualquer segmento e modalidade fecham as portas em até 5 anos, é porque ainda temos muito o que aprimorar.
Avaliar mercado, produto, estratégias e demais aspectos técnicos é fundamental, mas insuficiente. Precisamos olhar “por dentro da cabeça”, necessitamos compreender o funcionamento mental e as armadilhas que nosso inconsciente nos prega, que justamente por ser inconsciente, é “invisível”. Uma geração de empreendedoras que valoriza e conhece a “energia psíquica”, pode reconhecer os vieses e potencializar os acertos e canalizar angústia, incerteza, medo ou excesso de confiança para análise de escolhas sustentáveis.
Vieses são erros sistemáticos que se repetem de forma consideravelmente previsível, e mesmo assim, temos dificuldade de perceber, mas por que? Por que mesmo quando erradas estamos confiantes? Entender sobre julgamento e tomada de decisões parece ser uma importante chave. Daniel Kahneman e Max Bazerman nos ajudam a compreender o que nos afeta, colabora ou prejudica diante das nossas escolhas. Hoje, vamos pensar em 2 armadilhas na tomada de decisão:
- Buscar Confirmação: quando tomamos decisões buscamos a confirmação nos outros para justificar nossas escolhas. Como nos proteger disso? Estudos mostram que opiniões que contrariam nossas decisões são mais úteis do que aquelas que apenas as confirmam. Procure ouvir pessoas que tenham opiniões contrárias as suas, não para desistir, mas para ter mais elementos para decidir.
- Ancoragem e ajuste: pessoas “ajustam” nas suas mentes os possíveis resultados partindo de uma informação que serve de âncora. Por exemplo, consideramos R$ 30,00 por uma garrafa de água mineral, um preço abusivo porque o ponto de ancoragem é de aproximadamente R$ 3,00. Além disso, pesquisas mostram que mesmo quando a informação diminui sobre determinado assunto, a confiança segue aumentando. Isso pode gerar problemas enormes para empreendedoras, até porque isso é, na maior parte das vezes, inconsciente. Como nos proteger disso? Quanto mais importante a decisão, maior deve ser a avaliação dos “pressupostos” da decisão, quer dizer, do ponto de partida.
O empreendedorismo está na cabeça e “por dentro da cabeça”. E nesse universo muitas vezes inacessível, tem uma mulher com propósitos e sonhos. O autoconhecimento, a reflexão e a análise das escolhas fazem parte do “exercício” que fortalecerá o empreendedorismo, justamente, porque desejam gerar valor, mas de forma ética, sustentável e compartilhada.