Como fazer o seu 13º salário render mesmo diante da crise?

Como fazer o seu 13º salário render mesmo diante da crise?

Com o fim do ano chegando, muitas pessoas não veem a hora de receber o tão aguardado décimo terceiro salário e ter dinheiro extra para as compras de Natal, viagens de férias, pagar contas atrasadas ou até realizar um investimento.

Na teoria, o 13º deveria ser um valor recebido pelo trabalhador para ser investido. Mas na prática, isso não acontece. Para a maioria dos brasileiros, a gratificação é quase uma “boia salva-vidas” e um “socorro” nas horas de aperto.

Segundo a especialista em educação financeira e psicanalista, Márcia Tolotti, essa prática é decorrente de pensamento mágico em torno do 13º salário, como se o pagamento fosse sanar as dívidas, possibilitar as férias e garantir uma sobre para investimento.

Se antes isso já era impossível, em 2020, com o advento da pandemia do novo coronavírus, surgem mais desafios. “É importante saber que para quem teve o contrato suspenso ou jornada reduzida, o período de trabalho não será contabilizado, ou seja, o valor do 13º será menor.

Além disso, por conta da pandemia, houve muitos adiantamentos do 13º e muitos não terão esse extra no final do ano. Portanto, mais do que nunca, a economia e a redução de despesas são fundamentais, principalmente durante as festas de final de ano.

O controle emocional vai ser muito importante para que as pessoas não sofram ao não receberem ou não darem presentes como gostariam”, explica a educadora financeira.

Diante desse cenário, surge o questionamento: qual é a melhor estratégia para planejar o orçamento financeiro nessa época do ano? Para sanar essa dúvida, a Márcia Tolotti elaborou algumas dicas que vão ajudar a administrar o décimo terceiro, pagando as contas e ainda sobrando um extra para aproveitar as festas! Confira:

1. Gaste uma parte com o que quiser

Você trabalhou duro o ano todo e seria ótimo gastar o 13° para realizar alguns sonhos, certo? Mas, calma, é possível comprar supérfluos sem gastar todo o dinheiro extra. Separe 20% do seu 13° para aquele item da vitrine que há tempos vem sendo desejado, porém, não enlouqueça! 20% é o máximo do salário que deve ser gasto com esses presentes.

2. Pague contas atrasadas

Tem dívidas? Aproveite o dinheiro extra do fim do ano para sair do sufoco e pagar suas contas atrasadas ou ainda antecipar o pagamento de contas como IPVA e IPTU para garantir descontos. Isso mesmo, evite perder dinheiro em juros! A especialista recomenda que, no máximo, 40% do 13º seja utilizado para quitar dívidas.

3. Compre os presentes de Natal à vista

Essa dica é ainda mais importante para quem está endividado. Se essa é a sua situação, nem pense em parcelar qualquer presente, isso pode ser uma armadilha! Márcia Tolotti explica que o ideal é fazer uma lista dos “presenteáveis” e utilizar somente 15% do décimo terceiro para esta finalidade. Use a imaginação, economize e comemore sem dívidas!

4. Guarde dinheiro para as contas do início do ano

As festas mal acabam e o início do ano já chega cheio de novas contas a serem pagas, como IPVA e IPTU. Comece com o pé direito, sem dívidas e sem dor de cabeça, reservando 15% do seu décimo terceiro para pagar essas contas.

5. Comece sua poupança

Poupar pode se tornar um hábito, o importante é dar o 1º passo. E que tal utilizar parte do 13° para isso? 10% do seu dinheiro extra já é uma ótima forma de começar sua poupança. Aproveite a virada de ano e comece a construir sua liberdade financeira!

Gráfico de Aplicação

Márcia Tolotti é professora em MBAs, palestrante, colunista e escritora. Psicanalista pelo CEL e EEP (entidade vinculada à Associação Lacaniana Internacional); Graduada em psicologia, pós-graduada em psicologia clínica, pós- graduada em psicologia organizacional, exercendo desde 1993 atividades em sua clínica psicanalítica; Mestre em letras e cultura e MBA em Marketing pela FGV; Assessora e coordena a implementação de programas de educação financeira in company,desde 2006, em importantes empresas; Criadora do curso que apresenta o Método STOP (aliando fundamentos da economia, psicanálise, psicologia econômica e neuromarketing). Sócia executiva da Moddo Conhecimento Estratégico. Autora com mais de 50 mil exemplares vendidos. Escreveu “As Armadilhas do Consumo”, editora Campus; “Passageiros do Outono” e “Agricultura Lucrativa Familiar”, editora do Maneco, escreveu “O Desafio da Independência” após pesquisas e cursos ministrados em empresas, numa linguagem clara e acessível para pessoas que buscam construir planejamento financeiro.